A divisão Steering da thyssenkrupp, um dos maiores fabricantes do mundo de sistemas de direção, acompanha de perto a migração acelerada dos sistemas de direção hidráulica para a elétrica no mercado automotivo brasileiro. “Não se trata mais de uma tecnologia restrita aos veículos premium, porque até mesmo modelos mais populares já a trazem embarcada”, explica Conrado Gomes, Diretor Geral da thyssenkrupp Steering para o Brasil.
A solução de direção elétrica EPS (Electronic Power-Assisted Steering) da thyssenkrupp é exclusiva da empresa, uma vez que tanto o hardware como o software foram criados pela própria companhia, que conta com um Centro de Desenvolvimento de Software para sistemas de direção em Budapeste, na Hungria. Essa equipe já vem atuando em várias outras inovações relacionadas a tecnologias de direção para veículos autônomos, como o sistema steer-by-wire, que não requer uma ligação mecânica direta entre o volante e as rodas do automóvel.
Criada no início dos anos de 1950, a direção hidráulica funciona por meio de uma bomba de óleo impulsionada pelo motor do carro, que lubrifica a caixa de direção e deixa o volante mais leve. Já a direção elétrica, que surgiu no mercado no final da década de 1980, consiste em um motor elétrico acoplado à coluna ou à caixa de direção, auxiliando as manobras do volante sem estar diretamente conectado ao motor principal do veículo.
“Atualmente, no Brasil, o sistema de direção elétrica é aplicado na coluna de direção em veículos menores e, nos maiores e mais pesados, está associada à caixa de direção. Neste caso, a coluna de direção continua sendo mecânica, mas o sistema de direção como um todo é eletricamente assistido”, explica Gomes.
Vale destacar ainda que os sistemas de direção elétrica são um pré-requisito para todos os sistemas de assistência eletrônica ao motorista, como estacionamento automatizado, assistência na mudança de faixas, aviso de distância e direção autônoma. Graças à perfeita interação entre hardware e software, a solução da thyssenkrupp proporciona variações de sensibilidade na direção que não só contribuem para melhorar a dirigibilidade do automóvel, como também o torna mais seguro e eficiente em termos de consumo de combustível.
O futuro dos sistemas de direção
O próximo avanço tecnológico destinado aos sistemas de assistência à direção é o steer-by-wire. Nesse tipo de sistema, não existe uma conexão mecânica direta entre o volante e as rodas do veículo. Em vez disso, os comandos de direção são transmitidos por meio de sinais eletrônicos, de maneira similar ao que ocorre em aeronaves. Um sensor localizado no volante detecta os movimentos de direção efetuados pelo motorista e os encaminha por meio de um cabo até uma unidade de controle, que, por sua vez, opera um motor elétrico responsável pela execução dos comandos de direção. Devido à ausência de ligação mecânica, um atuador é utilizado para reproduzir as sensações da estrada e transmiti-las de volta ao volante, proporcionando feedback direto ao motorista.
O sistema steer-by-wire também oferece maior conforto e abre possibilidades para novas configurações de interiores, especialmente em veículos cada vez mais autônomos. Durante períodos de condução mais longos, quando o carro assume o controle no modo de piloto automático, o volante pode ser recolhido, liberando espaço adicional no painel para outras
A direção controlada por sinais eletrônicos viabiliza abordagens inteiramente novas em termos de arquitetura veicular. A eliminação de componentes mecânicos confere maior flexibilidade aos fabricantes de veículos na concepção dos interiores. O steer-by-wire é aplicável a carros de todas as categorias e tende a promover maior padronização, o que resulta em ciclos de desenvolvimento mais curtos. Adicionalmente, a ausência do eixo de direção contribui para aprimorar a segurança passiva em situações de acidente.
“O steer-by-wire oferece uma ampla gama de novas oportunidades para aperfeiçoar a sensação e a resposta do veículo em relação à direção, porém também introduz desafios inéditos. Nossos avanços na tecnologia de direção por sinais eletrônicos têm foco na criação de uma experiência de direção natural e em recursos de segurança que sejam tolerantes a falhas e redundantes. É crucial garantir que o veículo possa ser manobrado com segurança, mesmo em situações em que a transmissão eletrônica de dados seja interrompida ou ocorra uma falha parcial no sistema”, conclui Gomes.
thyssenkrupp e a indústria automotiva
As operações automotivas da thyssenkrupp estão entre as mais representativas e relevantes para a companhia na América do Sul – nove em cada dez veículos fabricados no Brasil são equipados com componentes produzidos pela empresa. O portfólio automotivo da thyssenkrupp inclui componentes de motores (eixos de comando, virabrequins e bielas), componentes de suspensão e chassis (sistemas de direção, amortecedores, molas e barras estabilizadoras), entre outros. A empresa possui fábricas automotivas nas cidades de Ibirité, Poços de Caldas e Santa Luzia, em Minas Gerais; São José dos Pinhais, no Paraná; e São Paulo e Campo Limpo Paulista, no estado de São Paulo.
Sobre a thyssenkrupp
A thyssenkrupp é uma empresa internacional industrial e de tecnologia que emprega cerca de 100.000 pessoas em 48 países. No ano fiscal 2022/2023 registrou um faturamento de €38 bilhões. Desde 1º de outubro de 2023, as atividades comerciais foram agrupadas em cinco segmentos: Automotive Technology, Decarbon Technologies, Materials Services, Steel Europe e Marine Systems. Os negócios desenvolvem soluções sustentáveis para os desafios do futuro com base em um amplo know-how tecnológico. Cerca de 4.000 colaboradores trabalham em pesquisa e desenvolvimento em 75 localidades em todo o mundo, principalmente nas áreas de proteção climática, transição energética, transformação digital na indústria e mobilidade do futuro. A thyssenkrupp possui atualmente um portfólio de aproximadamente 14.630 patentes. Sob a marca guarda-chuva thyssenkrupp, a empresa cria valor de longo prazo com produtos, tecnologias e serviços inovadores e contribui para uma vida melhor para as gerações futuras. Para isso, a empresa persegue metas ambiciosas de proteção climática e otimiza a sua própria eficiência energética e climática. Ao mesmo tempo, utiliza as suas diversas capacidades ao longo das cadeias de valor relevantes para desempenhar um papel significativo na promoção da transformação verde dos seus clientes.
Na América do Sul, as atividades da empresa remontam ao ano de 1837, empregando atualmente cerca de 4.000 colaboradores na região nos segmentos automotivo, defesa naval e tecnologias para descarbonização. Na América do Sul, a empresa contabilizou durante o ano fiscal 2022/2023 um faturamento equivalente a R$ 5 bilhões.