Na última segunda-feira, dia 3 de junho, a Vertown, startup de gestão de resíduos, lançou uma análise aprofundada com pesquisas exclusivas sobre o setor automobilístico brasileiro que, embora vital para a economia nacional, enfrenta alguns desafios ambientais.
Dados recentes revelam uma realidade que vai na contramão das tendências mundiais de descarbonização, em que a produção em larga escala de veículos resulta em enormes quantidades de resíduos sólidos, emissões significativas de gases de efeito estufa e um impacto ambiental considerável.
Segundo um estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), apenas 4% dos, aproximadamente, 82 milhões de toneladas de resíduos urbanos produzidos em 2022 foram reciclados. O restante, 96%, teve como destino aterros controlados, lixões a céu aberto ou destinações incorretas em grandes centros urbanos.
De acordo com o levantamento exclusivo da Vertown, os dados cruzados com o relatório de resíduos sólidos do IBAMA e as informações dos componentes diretos da cadeia produtiva automobilística, estima-se que cerca de 14% dos resíduos sólidos do país, sem destinação adequada, têm relação direta com essa cadeia. Entre esses resíduos, destacam-se os provenientes da produção e utilização de materiais como metal, plástico, vidro, borracha, fluidos e componentes eletrônicos na indústria automotiva.
Guilherme Arruda, CEO da Vertown, comentou sobre esses desafios: “A disposição inadequada desses resíduos não apenas contribui para a poluição do solo e da água, mas também gera enormes quantidades de gases de efeito estufa. A incineração de resíduos sólidos relacionados à fabricação de automóveis em 2022 resultou em aproximadamente 1.492.641 toneladas de CO2 liberadas na atmosfera”.
De acordo com dados públicos do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG), coletados pela Vertown, a produção de combustíveis fósseis no país, em 2022, resultou na emissão de aproximadamente 54.285.592 toneladas de CO2.
“A transição para uma economia circular, onde os materiais são reutilizados e reciclados, é essencial para reduzir o impacto ambiental do setor. Além disso, investimentos em tecnologias limpas e na promoção de transportes públicos eficientes são fundamentais para reduzir as emissões de CO2 e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, destacou Guilherme Arruda.
As emissões de CO2, pelo setor de transportes, variam significativamente de acordo com os estados. Em 2022, o recorte, de acordo com o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG), teve como mais poluentes os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Pará. Confira a lista completa:
– Acre: 479.386 toneladas
– Alagoas: 1.746.909 toneladas
– Amapá: 564.178 toneladas
– Amazonas: 2.986.531 toneladas
– Bahia: 10.641.662 toneladas
– Ceará: 5.159.632 toneladas
– Distrito Federal: 3.123.067 toneladas
– Espírito Santo: 4.531.340 toneladas
– Goiás: 9.296.663 toneladas
– Maranhão: 5.017.790 toneladas
– Mato Grosso: 8.592.126 toneladas
– Mato Grosso do Sul: 4.911.224 toneladas
– Minas Gerais: 23.089.261 toneladas
– Pará: 8.010.034 toneladas
– Paraíba: 2.200.373 toneladas
– Paraná: 18.130.716 toneladas
– Pernambuco: 6.084.146 toneladas
– Piauí: 2.223.974 toneladas
– Rio de Janeiro: 12.516.210 toneladas
– Rio Grande do Norte: 2.224.235 toneladas
– Rio Grande do Sul: 14.519.198 toneladas
– Rondônia: 2.632.306 toneladas
– Roraima: 614.754 toneladas
– Santa Catarina: 11.595.515 toneladas
– São Paulo: 48.787.097 toneladas
– Sergipe: 1.514.651 toneladas
– Tocantins: 3.254.557 toneladas
O levantamento realizado pela Vertown pode ser acessado, na íntegra, por meio da página: https://conteudo.vertown.com/2024-nada-se-perde-com-dados
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BRUNO DE CARVALHO SOUZA
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